OS PROPÓSITOS DE DEUS PARA A IGREJA
1 INTRODUÇÃO
No capítulo anterior estudados o que é a igreja
e quais os fundamentos da sua existência. Neste capítulo estudaremos quais os
propósitos de Deus para a sua igreja. Uma vez que entendemos o que é ser
igreja, é importante compreendermos então quais os propósitos de Deus para
nós, como igreja, a fim de não nos encontrarmos em dívidas com aquele que conhece
e pesa os corações.
Para facilitar nossa compreensão, poderemos
dividir os propósitos da igreja em três classes, aqui denominados como ministrar[1]
a saber:
a) Ministrar a Deus;
b) Ministrar os crentes ou domésticos da fé;
c) Ministrar ao mundo;
2 MINISTRAR A DEUS
Adoração. Em relação a Deus, o
propósito da igreja é adorá-lo. Paulo diz à igreja de Colossos que deveriam
ministrar ao Senhor "com salmos,
hinos e cânticos espirituais; cantando ao Senhor com graça em vosso coração."
(Cl 3:16). Deus projectou a igreja em Cristo para ser “o louvor da sua
glória" (Ef 1:12). O culto na
igreja não é apenas uma preparação para algo que ainda virá mais é em si
mesmo,
cumprir o propósito da igreja com referência ao seu Senhor. Por isso, Paulo nos exorta a “remir o tempo, porquanto os dias são maus. Pelo que não sejais insensatos, mas entendei qual seja a vontade do Senhor. E não vos embriagueis com vinho, em que há contenda, mas enchei-vos do Espírito, falando entre vós com salmos, e hinos, e cânticos espirituais, cantando e salmodiando ao Senhor no vosso coração, dando sempre graças por tudo a nosso Deus e Pai, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo…” (Ef 5:16-20).
cumprir o propósito da igreja com referência ao seu Senhor. Por isso, Paulo nos exorta a “remir o tempo, porquanto os dias são maus. Pelo que não sejais insensatos, mas entendei qual seja a vontade do Senhor. E não vos embriagueis com vinho, em que há contenda, mas enchei-vos do Espírito, falando entre vós com salmos, e hinos, e cânticos espirituais, cantando e salmodiando ao Senhor no vosso coração, dando sempre graças por tudo a nosso Deus e Pai, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo…” (Ef 5:16-20).
Jesus expressou a mulher
samaritana em João 4, que Deus está em busca de verdadeiros adoradores, adoradores
que o adoram em espírito e em verdade. Se Deus busca é porque Ele precisa, a
igreja deve ser a provisão para esta necessidade divina. O crente como igre-ja,
deve ser um adorador ao Senhor em tudo, em suas obras (Mt 5.16; Ef 2.10; 2 Tm
2.9,10) ao passo que Paulo comenta que não devemos aparentar servos de Deus
apenas no vestir e na aparência, com mas nas obras e nas atitudes para o nosso
próximo, aqueles que nos amam e os que nos prejudicam com obras que glorifiquem
a Deus e revelem o seu amor (2 Tm 2.9,10). Devemos ser um adorador no ser um
exemplo aos fiéis, na palavra, no trato para com as pessoas, na caridade, no
espírito, na fé, na pureza (2 Tm 4.12), demonstrando nossa sabedoria não em
palavras, mas em atitudes, gentileza com as pessoas em boas obras e em mansidão
(Tg 3.13), sendo santos, puros em todas as nossa atitudes (2 Pe 3.11), não
tendo ira e nem contenda, e buscando a paz e a santificação para com todos,
pois estes verão a face do Senhor.
3 MINISTRAR PARA OS CRENTES
Nutrir. Segundo a Bíblia, a
igreja tem a obrigação de alimentar aqueles que já são crentes, contribuir para
o crescimento destes até alcançarem à maturidade na fé. Paulo disse que a
satisfação do seu trabalho não era simplesmente levar as pessoas a fé de
salvação em Cristo, mas “…admoestando a todo homem e ensinando a todo homem
em toda a sabedoria; para que apresentemos todo homem perfeito em Jesus Cristo;”
(Cl 1:28). Ele disse a igreja de Éfeso que Deus deu ao povo da igreja talentos,
"o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para
edificação do corpo de Cristo, até que todos chegue-mos à unidade da fé e ao
conhecimento do Filho de Deus, a varão per-feito, à medida da estatura completa
de Cristo, para que não sejamos mais meninos inconstantes, levados em roda por
todo vento de doutri-na, pelo engano dos homens que, com astúcia, enganam fraudulentamente." (Ef 4:12-13).
É
claramente contrário ao padrão do Novo Testamento sugerir que o nosso objectivo
como igreja, é apenas levar as pessoas à fé inicial que salva. Nosso objectivo
como Igreja, dentro da visão de Deus, deve estar ser em apresentar a Deus, cada
crente "perfeito em Cristo" (Col 1.28), por isso devemos cuidar uns
dos outros, e não nos matar mutua-mente com invejas ou murmurações. Diante de
Deus nosso dever é de tal importância, que a bíblia declara que , “ai
daquele homem por quem o escândalo vem” (Mt 18.7), devemos ser bênção na
vida do nosso ir-mão, e não pedra de tropeço, mesmo que ele não seja bênção em
nossa vida. Não devemos expor aos outros as falhas dos mais fracos, as falhas
do ministério, se fomos injustiçados, caluniados ou perseguidos mesmo que seja
pelos nossos pais na fé, devemos permanecer firmes no Senhor, sem se levantar
contra aqueles que nos perseguem, pois a justiça vem do Senhor e nem de nós
mesmos.
4 MINISTRAR PARA O MUNDO
Evangelismo e misericórdia.
Jesus disse a seus discípulos que estes deveriam "fazer discípulos de
todas as nações" (Mt 28,19). Este trabalho evangelístico para declarar
o evangelho é o ministério primário da igreja para o mundo. No entanto,
acompanhando o trabalho de evangelização, á também o ministério de
misericórdia, que inclui anunciar o nome do Senhor por meio da participação ativa
da igreja em meio a sociedade, contribuindo no auxílio aos necessitados. Embora
a ên-fase do Novo Testamento é ajudar aos domésticos da fé, os membros da
igreja (Atos 11:29; 2 Co 8:4; 1 Jo 3.17),
também é correto a igreja ajudar os não crentes, mesmo que estes não respondem
com gratidão ou com aceitação da mensagem do evangelho. Jesus nos ensina: “Amai,
pois, a vossos inimigos, e fazei o bem, e emprestai, sem nada es-perardes, e
será grande o vosso galardão, e sereis filhos do Altíssimo; porque ele é
benigno até para com os ingratos e maus. Sede, pois, misericordiosos, como
também vosso Pai é misericordioso” (Lc 6:35-36).
O
trabalho de avangelismo e missões é uma obra para toda a igreja, e não somente
uma responsabilidade dos patores e líderes. Os membros não devem usar como
desculpa a falta de organização do ministério em obras de evangelismo, pois
cada crente tem que ter o compromisso de anunciar a Cristo, levando com
insistência o pecador a Jesus. A igreja deve participar ativamente, se
envolvendo na oração e na divulgação dos eventos evangelisticos do ministério,
pois cada vida que se converter e ali servir ao Senhor, contribuirá para o
crescimento do Reino de Deus na Terra. O crente que não evangelisa, e não contribui
para missões e que não ora pelo crescimento da obra, é um crente que não
entendeu ainda o que é ser igreja, e possivelmente não nasceu de novo.
Devemos
manter diante do mundo uma vida de santidade e de testemunho, vivendo e falando
a verdade, não andando na roda dos escarnecedores e nem no caminho dos
pecadores, demonstrando em nossas atitudes o Senhor que amamos. Não devemos nos
lamentar diante das pessoas não crentes as nossas dificuldades, mas
apresenta-as a Deus em oração, a qual é fiel e moderosa para realizar muito
mais do que pedimos ou pensamos. Os não crentes, seja em casa, trabalho, escola
e em locais públicos, nossa luz e por meio dela se achegarem a Cristo. Nossa
conduta deve ser diferente, lembrando de que Cristo é revelado ou escandalizado
em nosso comportamento e trato para com as pessoas.
5
COMO
EQUILIBRAR ESSES OBJECTIVOS
Uma
vez que
mencionamos os três propósitos para a igreja alguém pode perguntar: Qual destes é o mais IMPORTANTE? Ou talvez alguém poderia perguntar, podemos negligenciar qualquer destes três como menos importantes do que outros? Para isso, respondo que
o Senhor ordenou na Bíblia a cada
um dos três propósitos da Igreja,
portanto, todos os três são importantes e não podem ser negligenciados a nenhum deles. Além disso, uma igreja forte é aquela que tem ministérios eficazes em todos estes aspectos. Devemos evitar qualquer tentativa de reduzir os efeitos desses popósitos a apenas um deles, e que deve ser o nosso foco principal. De
fato, qualquer tentativa de observar um destes porpósitos como sendo o pincipal, resultará em
alguma negligência dos demais. Uma igreja que enfatiza apenas
os culto na adoração acabará com crentes sem estrutura nos ensinos bíblicos e
os seus membros permanecem superficiais em sua compreensão das Escrituras e não
alcançarão a maturidade em sua vida cristã. Se você também começa a
negligenciar o evangelismo a igreja vai crescer em sua influência sobre os
outros, e eventualmente tornar-se um crente auto-centrado em si mesmo, egocêntrico,
e logo começa a definhar na vida cristã. Uma igreja que coloca a edificação dos
crentes como seu propósito e como precedência sobre as outras duas tendem a
produzir crentes que conhecem a doutrina bíblica, mas cujas vidas espirituais
estão secas, porque sabem muito pouco da alegria de adorar a Deus ou como falar
aos outros sobre Cristo.
Mas
uma igreja que tem como prioridade apenas o evangelismo e negligencia os demais
propósitos, também vai acabar com os crentes sem maturidade e que só valorizam
o crescimento em números, mas eles não tem um amor genuido a Deus, ao ponto que
não sabem ex-pressar este amor em adoração,
os novos crentes que vão chegando, vão crescendo sem estrutura e se tornam
alvos fáceis ao escândalo e as heresias, por não terem uma vida sadia nas
doutrinas de Cristo.
Uma
igreja saudável deve ser seu foco continuamente três propósitos. No entanto,
os indivíduos são diferentes, mas capazes de colocar as prioridades da igreja
em posição relativas em suas vidas. Devido o fato de sermos como um corpo com
vários dons espirituais ou habilidades, é certo que nós colocamos a maioria dos
nossos ênfases em conformidade com o propósito da igreja, que é mais intimamente
relacionado com os dons e os interesses que Deus nos deu. Certamente não há
obrigações no ministério que cada crente dedique exactamente um terço do seu
tempo a igreja para a oração, outro terço para cultivar a comunhão e a fé dos
outros crentes, e um terço para a evangelização e obras de misericórdia.
Alguém com o dom de evangeliza-ção deve naturalmente investir algum tempo em
adoração e em cuidar dos outros crentes, investindo ainda assim, a grande
maioria do seu tempo no trabalho de evangelização. Alguém que é um talentoso
líder de adoração pode acabar dedicando 90 por cento de seu tempo na igreja
para a preparação e condução das adorações, mas de igual modo contribuir para
o cuidado dos demais crentes e para o crescimento do reino por meio da
evangelização. É apenas uma resposta adequada à diversidade dos dons que Deus nos
tem dado.
Extraído do livro UMA IGREJA RELEVANTE
de autoria do Bispo Eduardo Rodrigues
Publicado pelo Instituto Bíblico Transcultural
Se desejar o livro completo favor contactar:
[1]
shãrat: “ministrar, servir, oficiar –
Como substantivo: ministro ou ser-vo”. Esta palavra é termo comum no uso do
hebraico moderno, em várias for-mas verbais e substantivais. Este termo é usado
como termo especial para o serviço de adoração. Os sacerdotes levíticos deviam “estar diante do Senhor, para o servir” (Dt 10.8), eles também deveriam “estar perante a congregação para
ministrar-lhe” (Nm 16.9). Como substantivo ocorre várias vezes no Novo
Testamento como significado de servo ou ministro, como aquele que serve a
outros. Cf. Thomas
Nelson. Vine´s Expository of Biblical
Words. Nashville, TN, USA: Broadman Press, 1985. p. 183 (Citações
traduzidas pelo Bispo Eduardo Rodrigues).
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